sexta-feira, 21 de maio de 2010

Loucura pouca é bobagem!


Esse mundo está mesmo perdido! Por muitas vezes essa frase é profanada aos quatro ventos quando pessoas incrédulas se deparam com uma variedade de situações.  Geralmente a afirmação vem calçada em algum julgamento moral, prevendo o  Apocalipse que ocorrerá, certamente, por conta das poucas vergonhas que andam fazendo por aí. Esse juízo recai muitas vezes sobre as pessoas que na verdade têm a sensação de estar perdidas no mundo.  Cada um reage diferente aos percalços do caminho, atitudes, palavras, evolução, auto-destruição e delírios.

Pelas andanças da existência humana os vazios deixam marcas, reações que são passiveis de julgamento, culpa e pena. O olhar que, lançado sobre cada um, muitas vezes é traduzido em uma palavra: loucura.
Louco! Pode ser simplesmente visto como anti-reacionário, o contrário de careta, alguém da vanguarda, o gênio incompreendido. Louco, pode ser alguém que sente alguma dor, com a qual não pode enfrentar, e, gradativamente, dentro de um estilo de vida destrutivo vai perdendo clareza e, um dia, com um olhar alucinado, entra em surto, preocupando os entes queridos que se perguntam; será que vai voltar ao normal? Será que vai ter uma vida normal?

Normal?!? Está aí o ser que delira contidamente para manter sua rotina dentro de um padrão aceitável. O cara que gosta de pensar que o mundo está perdido, que o diferente pode destruir a ordem. E, os loucos, hora estancam o vazio com psicotrópicos, álcool, poesias e péssimas companhias, e hora se deprimem com o efeito que tudo isso produz no organismo. Depressão e delírio, drops para todos que pensam que são loucos e para os que pensam que são normais. Alegria e fantasia, dentro do placebo que faz querer descobrir o fim disso tudo, não por causa da chegada, mas por que a caminhada é o mais interessante.

Patê Braga, louca sem medo de ser incompreendida.

5 comentários:

  1. Quando vejo que estou muito normal é porque estou delirando...

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  2. quando estou delirando vejo que devo voltar ao normal.
    maravilhoso este texto!

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  3. Sabia que algum maluco iria me compreender! Obrigada!

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  4. Eu simplesmente tive um momento lendo isso.
    E fui às lágrimas.
    As lágrimas da identificação.





    Leonarda Glück

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