terça-feira, 19 de outubro de 2010

À la garçonne.

Uma mulher que seja totalmente feminina é tão saturado quanto uma sobremesa que seja feita somente de açúcar.

Sei que o tema desta vez é "homem" mas eu uso o tema como eu quiser e, por isso, convidei a minha amiga Belmira para escrever um devaneio sobre o masculino que existe em cada mulher:



"Prefiro ser à la garçonne.
Escolho Chanel à Worth.
Gosto do conforto, da agressividade que só cabe ao jeans rasgado.
Mas a minha lingerie babe - só uma boa mulher sabe usá-la.
Por isso não venha querer que eu seja macho.
Eu não sou nada para você.
Não confunda estilo com gosto sexual.
Meu gosto é o sal.
O que desejo são eles.
Me peçam o que quiserem, mas convivam com minha inconveniência.
Abro a porta do meu carro e carrego as minhas próprias compras.
(meu super herói é o supermercado)
Mas eu “não caio no suingue pra me consolar”.

Será mesmo que somente eles podem ser seguros?
Só cabe a eles o poder da escolha? E o meu direito de consumidora?"





GLOSSÁRIO ESTROGÊNICO
la garçonne: termo que ganhou força nos anos de 1920; a mulher la garçonne representou a emancipação feminina assim como a da moda, pois além de poder ser traduzido como “a garoto” - que mencionava mulheres que agiam como tais -, o estilo delas também era feito de características masculinas como o cabelo de curto, as roupas sem cintura marcada, poucos peitos (algumas amarravam um pano para diminuir o volume) e, para aquelas que tinham ainda mais atitude, o uso de calças pantalonas. Coco Chanel influenciou e foi influenciada por essa moda.
Todavia, assim como a Belmira avaliou a pouca sensibilidade de alguns para com a mulheres que não são apenas cor-de-rosa, desde o final dos anos de 1880 as mulheres que possuíam um estilo masculinizados eram discriminadas por homens e homofóbicos, embora nada tivesse a ver com a opção sexual das moçoilas.

Algumas garçonnes de diferentes épocas com atitude:
Louise Brooks, Josephine Baker, Gertrude Stein, Tarsila do Amaral, Marlene Dietrich, Anais Nin, Pagu, Pati Smith, Clarice Lispector, Leila Diniz, Elis Regina, Madonna e Agyness Dean.

por Gabi Duarte, que aprendeu a fazer piadas com o seu pai


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