A manhê ser

ai a maternidade!!

parto doe muito jackie???? doeee pá carai....

No último mês de gravidez, fui a caça de um soutien, experimentei um 54, e não coube, sai da loja com um 56, caí no choro. 

Era o sinal de que muita coisa ia mudar..

Meu peitinho durinho 42, tinha virado uma mama pesada 56, cheia de leite, graças   a ocitocina,  hormônio responsável pelas contrações uterinas (ai), pelo leite, pelo dengo e também pela culpa, não sei bem porque, mas junto com a maternidade, vem a culpa, uma coisa bem católica, uma sensação de que sempre se faz menos do que se deveria.

Quando eu estava grávida, sabia que tinha  um bebê ali, se mexendo pra lá e pra cá, mas quando nasceu, deu um tilt na minha cabeça...

Nossa é um bebê!!!!

Esse bebê era a coisa mais linda do universo, é sério, minha retina viu a imagem mais incrível, a gabi, com aquela carinha toda amassada, aquele primeiro chorinho, tão pequeninha!!!

Pronto mudou tudo, com 19 anos e um bebê no colo, só pra minha cara mesmo!!!

Nasceu, junto com a gabi, uma mãe nada convencional. 

Tenho um problema de crescimento atroz, quando a gabi nasceu eu era uma criança, agora onze anos depois, acabei de entrar na adolescência,  que vergonha!!! 

Somos o que somos, ou, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"....

Mesmo assim, a gabi é certamente o maior amor que eu conheci, e olha que eu sou uma libriana que ama, vênus têm mesmo efeito sobre mim. E ultimamente estou insuportável, acho tudo lindo, o musgo que consegue nascer no petit pavê, o céu azul de maio, o brinco de princesa que roubo pra botar no cabelo toda vez que passo embaixo do pé na vicente machado, o defeito insuportável do amigo, o josué, hahaha!

Vivo uma espécie de epifania. Essa é a palavra pra dizer o que eu sinto em relação a gabi, uma sensação de conhecer o que é divino.

Esse último ano, muitas mudanças na minha vida, inclusive a difícil decisão de deixá-la morar com o pai. 

Doeu mais que o parto eu acho, mas era a coisa certa a ser feita, e é preciso fazer a coisa certa por ela, mas a minha culpa subindo no everest.

Apesar da culpa e das dores, acho que fiz um bom trabalho, fiz e faço o melhor que posso (nem sempre), mas eu tento, devo confessar que já fui melhor mãe do que tenho sido.

Apesar disso, a gabi é do bem, desde de muito pequena ajuda o coleguinha que se machuca, tem empatia, respeita a diferença, coisa que pra mim é fundamental pra um ser humano, é divertida,  e tem também suas dificuldades, mas acho que adquiriu um bom olhar pra vida! 

 Isso é como ganhar na loteria.

E o mais sensacional, é que não me julga, me tranquiliza, dizendo...

_ai mãe só você mesmo!!! 

E cai na risada da mãe atrapalhada das idéias que ela tem, e assim vou vivendo essa maternidade pós moderna. 

É uma fase, logo logo, vai virar adolescente, e tenho muito, muito medo, eu vou virar uma ridícula, a mais burra de todas as burras aos olhos dela.  Toda menina faz isso na adolescencia, pra construir identidade,  é preciso se diferenciar da mãe, mas até agora gosto muito do jeito dela, da pessoa em que está se transformando. 

Se continuar assim vai ser uma estroGênia do balaco baco!

Chorei que nem uma louca escrevendo isso aqui, outra coisa de mãe, mãe chora pelos cotovelos!!

Se chorei ou se sorri...

por jaqueline silva, mãe divorciada e louca por uma banheira.