sexta-feira, 28 de maio de 2010

Anti-Heróis contra a preguiça


A preguiça pode ser desafiadora por muitas vezes. Desafiou dois grandes autores brasileiros, Monteiro Lobato e Mário de Andrade. Eles fizeram da preguiça característica principal de personagens que são símbolos do povo brasileiro, anti-heróis que seriam fadados ao fracasso, mas não! Nem o marasmo, nem a preguiça e todas as moléstias que assolam o povo foram pareis para Jeca Tatu e Macunaíma.
Jeca Tatu era um caboclo preguiçoso, fumava seu cigarrão, tomava muita pinga sentado num banco de três pernas. Representa a estagnação, a falta de ação, o conformismo. Mas na verdade ele era um homem doente, sofria de anquilostomiase, o amarelão, a falta de hábito de higiene e de saneamento era o motivo daquela fraqueza toda. Jeca foi curado e enriqueceu.
Macunaíma ficou seis anos sem falar, depois disse “Ai! Que preguiça!! “. Muito safado, desde criança já traia o irmão com sua esposa. A saga fantástica de Macunaíma é cheia de metamorfoses e encontro com seres da crença popular e muitos que morriam viravam estrelas. Mesmo preguiçoso foi levado através da narrativa a muitos lugares, São Paulo, Rio de Janeiro, galopou ate a Argentina. Na busca do seu muiraquitã, amuleto que ganhou de Ci, a mãe do mato, ele demonstrou ter sagacidade.
A inércia que faz da identidade do povo brasileiro, o retrato do povo pacato, que se cala, se conforma e deixa rolar, malandramente quer dar seu jeitinho, deixar para a ultima hora e ter esperança que tudo vai dar certo. Qual é a muiraquitã que pode fazer cada ser, por mais simplório, acreditar na própria força. A cura, tal qual a de Jeca Tatu, que pode despertar a vontade de mudar. Essas indagações são para trazer à tona um recado importante: Não deixe a preguiça impedir que se faça diferente!


Patê Braga preguiçosa e diferente

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